Um sério problema aconteceu recentemente na Controladoria Geral de Apoio à Governadoria (CGAG), órgão instalado na sede do governo de Rondônia, em Porto Velho, mas estranhamente quase ninguém comentou o caso.
Os envolvidos são o controlador Vicente Moura, amigo de infância do governador Confúcio Moura (PMDB), e o delegado de polícia Paulo Moraes, que já foi vereador em Porto Velho, deputado estadual e diversas vezes Secretário de Estado de Segurança Pública.
Na prática, Vicente Moura é responsável por autorizar pagamentos a fornecedores.
Em uma manhã ele recebeu em seu gabinete, no Palácio Presidente Vargas, a visita de Paulo Moraes, que lhe cobrou o pagamento de um aluguel atrasado. A resposta dele resultou no seguinte diálogo:
- Você deve ir cobrar esse aluguel do Ivo Cassol – disse Vicente.
- Não vou cobrar nada dele porque não aluguei a casa para o Ivo, e sim paga o governo – plicou o delegado.
- Mas vou te devolver a casa, porque o governo não tem nenhum interesse nela – replicou Vicente.
- Não tem problema. É só pagar o aluguel atrasado e a multa pela rescisão contratual, que eu aceito a casa de volta – trucou o delegado.
- Esse negócio de multa é uma malandragem, e nesse governo não admitimos malandragem – retrucou Vicente.
- Malandragem “vai ser” os seus dentes entrando pela sua boca quando eu te encher de #$%# seu #$%#... – gritou o delegado.
Depois disso o policial partiu para cima de Vicente Moura, aos gritos. O coordenador da CGAG recorreu à saída estratégica de seu gabinete. O delegado seguiu atrás, ainda gritando.
Quando os dois estavam no pátio do Palácio Presidente Vargas o público se aglomerou na parte de cima, parecendo uma arena.
Seguranças ainda tentaram intervir, mas o delegado avisou que prenderia quem tocasse a mão nele.
De noite, Paulo Moraes explicou que já havia recebido o que lhe era devido.
Se a moda pega...
Dizem que já há fornecedores que pretendem contratar Paulo Moraes para fazer cobranças na CGAG.