segunda-feira, 9 de maio de 2011

O governador e a escrivâ

O deputado federal Lindomar Garçom (PV-RO) chegou no Palácio Presidente Vargas para uma audiência com o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB).
Para quem não conhece, o gabinete tem dois ambientes, sendo que em um deles há uma mesa de reuniões e no outro a mesa do governador.
Confúcio atendia uma pessoa em sua mesa, por isso disse a Garçom que ficasse esperando na mesa de reuniões.
Logo ele sentou-se ao lado de Garçom, chamando um cinegrafista e uma espécie de escrivã.
- Anota aí – dizia Confúcio à escrivã, assim que o cinegrafista ligou o equipamento.
- Na data de hoje o deputado federal Lindomar Garçom é recebido pelo governador Confúcio Moura.
Em seguida ele se volta ao deputado:
- Sim, Garçom. O que é que você quer mesmo?
- Nada de mais, governador. Só quero dizer que meu gabinete está à disposição do governo em Brasília.
 - Anota aí: O deputado Lindomar Garçom colocou seu gabinete em Brasília à disposição do governo de Rondônia – ditou Confúcio à assessora que fazia papel de escrivã.
Novamente Confúcio se dirige ao deputado.
- Mais alguma coisa, Garçom?
- Não, governador. Era só isso mesmo.
- Anota aí: E como nada mas há a ser tratado, a audiência foi encerrada – disse Confúcio à sua escrivã particular.
Garçom se retirou rapidamente. Jamais ficaremos sabendo o que ele de fato queria tratar com o governador. Se queria algum cargo para um aliado, jamais pediria naquela situação.
E agora? Quem vai ter coragem de pedir cargos para Confúcio?
Quando um católico se confessa, o assunto fica somente entre ele e o padre.
Se houvesse um escrivão com o padre, quem contaria os pecados?

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