Quem diz o que quer ouve o que não quer. O ditado coube direitinho ao deputado federal Padre Ton (PT-RO), que tenta garantir o repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) ao Hospital Daniel Comboni, em Cacoal. Por conta disse resolveu dar uma prensa no presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Raimundo Nonato Soares.
Pisada
Padre Ton queria saber a razão de, a seu ver, Raimundo Nonato estar impedido o repasse de recursos do SUS ao hospital. A pisada na bola estava nítida, porque o presidente do CES não tem poder de vetar repasses. Pode, sim, pedir investigação sobre a má utilização do dinheiro e planejar as políticas públicas de saúde para o Estado.
Sem distinção
Raimundo Nonato explicou que o Hospital Daniel Comboni não recebe recursos do SUS porque ainda não está pronto. Disse, ainda, que o deputado federal não pode querer mudar as regras somente porque é padre. De acordo com o presidente do CES, o que é estabelecido deve servir para todos, independentes de serem padres ou não.
Razão
Até que é possível entender a simpatia do deputado federal Padre Ton pelo grupo que comanda a prefeitura da Cacoal. Independe de questões partidárias, o prefeito de lá também é padre, e Franco. E falando francamente, não é por isso que o Hospital Daniel Comboni deve receber um tratamento diferente do que é dado às demais unidades de saúde.
Enquadrou
Muita gente esperava atitudes diferentes do que se viu, principalmente depois que Padre Franco enquadrou o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), logo após as últimas eleições. Na ocasião, Padre Franco bateu duro devido à falta de comprometimento do prefeito com o partido e indagou onde foi gasto o dinheiro que deveria ter alavancado a campanha de Dilma Rousseff em Rondônia.
Não se viu
Durante o primeiro turno das últimas eleições, praticamente não se viu campanha de Dilma Rousseff em Rondônia. O coordenador era Roberto Sobrinho. No segundo turno ele foi substituído pelo saudoso deputado federal Eduardo Valverde. As coisas mudaram bastante devido à disposição e disponibilidade de Valverde.
Campanha
Durante a última campanha, setores do PT alegavam que Sobrinho não havia se engajado na campanha porque queria ser candidato ao governo do Estado no lugar de Valverde. É difícil saber se isso é verdade ou não, mas a campanha petista foi um fiasco. Algumas vezes Valverde mal tinha dinheiro para a gasolina.
Tenta
Agora, novamente Roberto Sobrinho entra em uma dividida dentro do PT. Não quer de jeito nenhum que a ex-senadora Fátima Cleide seja candidata à prefeitura. Assim, tratou de lançar Dilminha. Determinados petistas afirmam que Sobrinho demonstra ser muito chegado em uma iguaria típica na política: caldinho de traíra.
Aprendem?
Resta saber se os petistas escolherão novamente Roberto Sobrinho para coordenar uma campanha caso Dilminha não seja a candidata do partido. Se gato escaldado não tivesse medo de água fria, fariam isso. Isso porque o prefeito diz publicamente que apoiará o nome que for escolhido pela maioria. O discurso dele é bom.
Fiscalização necessária
O secretário de Estado da Saúde, Gilvan Ramos, determinou a suspensão imediata do contrato com a empresa responsável pela limpeza dos aparelhos de ar condicionado do Hospital Regional de Cacoal. A firma estava recebendo R$ 100 mil por mês pela prestação do serviço, somente naquela unidade de saúde. Segundo conta, a empresa também mantém contrato com a Sesau para atender outros hospitais, inclusive em Porto Velho.
É importante que seja efetuado levantamento de todos os contratos, se é que a intenção de Gilvan Ramos é mesmo moralizar as coisas na Sesau. Esse é mais um daqueles contratos dos quais praticamente todos na secretaria têm conhecimento, e a voz corrente é que se trata de mais um esquema montado para desviar recursos públicos. R$ 100 mil por mês para limpeza de ar condicionado em um hospital que nem está funcionando direito é um crime.
Se a intenção é mesmo moralizar, não adianta somente cancelar o contrato. Segundo denúncias, a empresa arrecada quase R$ 1 milhão por mês com todos os contratos, para atender a todos os hospitais do Estado. É preciso ver quanto o serviço realmente vale e acionar a Justiça para que tudo o que foi pago a mais seja devolvido. Também é bom saber o nome do político que até agora assegurou a manutenção do contrato.
Atrás do toco
A atenção se volta para a Assembleia Legislativa por conta da primeira reunião da Comissão Processante, que iniciará o julgamento de deputados acusados de envolvimento com a quadrilha que desviava recursos do tesouro estadual. Serão escolhidos o presidente, o vice e o relator. São pilhas de processos que devem ser avaliados.
Há uma forte pressão em cima da Assembleia para que se trabalhe o mais rápido possível e se defina logo a questão. Não se sabe se os parlamentares pretendem atender o clamor de setores da sociedade. Por isso mesmo, dependendo do rumo que tomar as atividades da Comissão Processante, a tendência é que a pressão aumente.
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