Por pouco os servidores da Saúde não foram “garfados” na Assembleia Legislativa. Isso só não aconteceu porque o presidente da Casa, deputado Hermínio Coelho (PSD-Porto Velho), barrou a tentativa. Isso depois de o deputado Eurípedes Lebrão (PTN-São Francisco) ter “chiado” com deputados governistas e afirmado que os parlamentares não poderiam prejudicar o funcionalismo público.
Salários
Tudo começou quando o líder do governo, deputado Edson Martins (PMDB-Urupá), tentou suprimir o artigo 52 na proposta que autoriza o Executivo a entregar hospitais a Organizações Sociais (OSs). O artigo determina que antes da terceirização, deve ser aprovado o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores da Saúde.
Empurra
O caso é que o Executivo pretende empurrar para o final do ano a aprovação do PCCS, mas quer terceirizar as unidades de saúde já. Quando Edson Martins propôs suprimir o artigo, o deputado Lebrão falou cobras e lagartos, lembrando que se as OSs pegassem os hospitais não iriam querer que o reajuste fosse pago.
Aliado
Como a situação pegou fogo e a deputada Ana da Oito (PT do B-Nova Mamoré) também começou a reclamar da tentativa de Edson Martins, um assessor foi visto levando munição para o deputado Neodi Carlos (PSDC-Machadinho do Oeste). Neodi, como se sabe, era aliado de Ivo Cassol (PP-RO), mas agora é Confúcio Moura (PMDB) desde criancinha.
Eloquência
Neodi Carlos fala muito bem. E usou um bom discurso para convencer os deputados de que seria bom mudar a redação do artigo 52. Falou tão bem que convenceu os colegas. Até mesmo a deputada Epifânia Barbosa (PT-Porto Velho) ficou em cima do muro. Na prática, se a redação for mudada, o PCSS não será aprovado antes da terceirização.
Reclamou
Apenas Lebrão continuou cuspindo marimbondo em relação a Neodi, afirmando que seria uma traição dos deputados com os servidores da saúde. O deputado Kaká Mendonça (PTB-Ministro Andreazza) disse que o melhor seria entregar logo um cheque em branco a governo, porque a Sesau está “uma zorra”, tanto que a cada mês muda o secretário.
Defensor
Neodi, então, pediu ao deputado Hermínio Coelho que o projeto fosse colocado em votação. Disse que era preciso dar um voto de confiança ao governo, que Confúcio Moura precisa de apoio para administrar, que a situação da saúde estava muito difícil. Defendeu com unhas e dentes a alteração do artigo.
Parou
O plano de Neodi e Edson Martins caminhava bem, porque a maioria dos deputados já havia concordado. Acontece que nesse momento o presidente em exercício colocou o pé no freio. Hermínio vem do movimento sindical. Ele afirmou que não admitiria de forma alguma que fosse quebrado um compromisso que havia sido assumido pelos parlamentares com o Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde).
Segunda opção
Hermínio se valeu do artigo 50 do Regimento Interno da Assembleia. O presidente tem autoridade para colocar uma emenda em votação imediatamente. Mas também pode não colocar e determinar que ela seja encaminhada de volta às comissões. Ele ficou com a segunda opção. Cabe agora ao Sindsaúde evitar que os servidores sejam prejudicados pela manobra.
Alegre, falante e sorridente
Segundo alguns petistas pré-históricos, Dilminha de Rondônia estaria metendo os pés pelas mãos desde que foi lançada sua pré-candidatura à prefeitura de Porto Velho por Roberto Sobrinho. Dizem que, se estiver reunido um grupo de dez petistas que votam na Dilminha e ela chegar para conversar, perde quatro votos. Dentro deste raciocínio, seria melhor ela permanecer à sobra do prefeito, trancada no gabinete.
Quando ela aparece, petistas começam a se perguntar quem é aquela figura tão amável, simpática e falante. Os que estão há apenas oito anos no partido dizem que nunca a viram pelo diretório. E ainda mais cumprimentando todo mundo e ainda por cima sorrindo. Muitos juram que é uma sósia, porque não pode ser clone. No caso de clonagem, seria alguém igual, inclusive no humor.
Mas os petistas têm fé, porque o período eleitoral é sempre marcado por muitas transformações. Assim, até outubro muita gente sofrerá câimbra nos maxilares, na distribuição de sorrisos, e também hematomas nas mãos, distribuindo cumprimentos poucos rotineiros. É que tem gente que não está acostumada a agir assim e o corpo pode se cansar com esses movimentos.
Atrás do toco
As 40 páginas do pergaminho premiado apresentado aos amigos dos reis custaram 20 mil reais. O advogado cobrou 500 reais por página, redigiu o depoimento e levou a quem de direito. Parte da imprensa teve acesso a um outro conjunto de pergaminhos, de apenas 27 páginas. Coisa leve comparada a este último, que está ainda sigiloso, guardado a sete chaves em em um cofre.
O depoimento é forte e conta todo o esquema de corrupção e seus laços familiares. A maior dor será daqueles que prestam serviço sem licitação e poderão ser internados em suas próprias UTIs pelo mal súbito que poderão ter. Não se sabe o que poderá acontecer com as parcelas de 150 mil reais que foram pagas O advogado não assinou o pergaminho, pois ninguém sabe o mistério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário