“Eu sou o lento” e “Robert Gump, o contador de estórias” são os melhores trabalhos retratando as atividades do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT). Momento de inspiração de Rondineli Gonzales. O primeiro é uma analogia ao filme eu sou a lenda, onde Will Smith vive em uma cidade abandonada e esburacada.
Gump
No caso de Robert Gump, o que pega para Roberto Sobrinho são as constantes desculpas que ele apresenta para as obras paralisadas e para a incapacidade da prefeitura em conseguir gastar bem os recursos que ele recebeu de Brasília. Não seriam histórias, e sim estórias e mais estórias do prefeito.
Capacidade
O que retrata bem o estilo Sobrinho foi quando ele anunciou, em 2009, que havia conseguido dinheiro para asfaltar 200 quilômetros de ruas na Capital. Na verdade que conseguiu os recursos foram o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a ex-senadora Fátima Cleide (PT), a deputada federal Marinha Raupp (PMDB-RO) e o saudoso ex-deputado federal Eduardo Valverde (PT).
Licitação
No início de 2010, Roberto Sobrinho comemorou o fato de ter licitado 140 quilômetros de asfalto. Na verdade não havia o que comemorar, já que ele não conseguiu licitar os 200 quilômetros. O dinheiro voltou para Brasília. Mostra que a crítica é acertada, quando o prefeito é chamado de lento.
Causos
No início de 2011, Sobrinho comemorou o asfaltamento de 70 quilômetros de rua no ano anterior e disse que os outros 70 quilômetros licitados seriam asfaltados naquele ano. Se firmou, assim, como o contador de estórias. Não foi capaz de asfaltar em 2010 os 140 quilômetros de rua licitados e ficou contando “causos” na imprensa.
História
Na visão de defensores do prefeito ele deve entrar para a história como quem mais realizou obras na Capital. Os adversários entendem de forma diferente. Alegam que Sobrinho entrará para a história como o prefeito que mais recebeu dinheiro do governo federal e que menos sobre aplicar os recursos.
Empresa
Mas, de qualquer forma, Roberto Sobrinho deverá mesmo entrar para a história. Foi o primeiro prefeito da Capital a abrir uma empresa em seu próprio nome, com endereço em sua própria residência e alugar máquinas a quem a prefeitura concede alvará. As máquinas trabalham nas usinas. Ou seja, o Sobrinho recebe indiretamente dinheiro das usinas.
Marquise
Roberto Sobrinho também deverá entrar para a história como o primeiro prefeito da Capital flagrada por gente do próprio partido no hotel da empresa Marquise, no Nordeste. O fato foi considerado estranho, principalmente devido ao contrato milionário firmado entre a prefeitura e a Marquise.
Saudades
Deve ser por isso que o sindicalista Raimundo Nonato Soares diz sentir saudades do velho Roberto Cascão de guerra, aquele homem combativo, que se importava com as causas sociais, que desejava mudar as coisas quando era presidente do Sintero. Na época ele não estava envolvido com política partidária.
Composição à vista
O governador Confúcio Moura (PMDB) não estaria nada animado com o lançamento da candidatura própria de seu partido em Porto Velho. Não comenta o assunto e não diz de jeito nenhum qual o nome de sua preferência. Alguns peemedebistas afirmam que o partido cresceu muito e que não pode mais ser mero coadjuvante, mas Confúcio dá sinais de que prefere a composição com o PT.
Diante disso, ganha corpo a possibilidade de o PMDB novamente indicar o candidato a vice em uma composição com os petistas. Desta vez não será Emerson Castro, atual vice-prefeito. Também será difícil emplacar o neo peemedebista Davi Chiquilito, já que o rapaz não é encontrado de jeito nenhum na governadoria, onde está lotado com um CDS 20, no valor de R$ 8 mil.
Não é que Davi Chiquilito seja funcionário fantasma. Ele simplesmente assessora o governador em algum outro lugar, talvez até mesmo na chamada calçada da fama, onde pode ser encontrado praticamente todas as madrugadas. Mas será difícil explicar isso ao eleitor. O nome mais cotado é o do presidente do diretório municipal do PMDB, Dirceu Fernandes. É quem tem melhor trânsito entre os petistas.
Atrás do toco
Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintero) estão revoltados porque foi citado na coluna que o cofre da entidade é uma caixa preta. A comparação aconteceu porque os balancetes com a prestação de contas dos gastos geralmente são apresentados em assembléias no interior, onde a maioria dos presentes é gente ligada à diretoria. Assim, aprovam tudo sem pedir uma explicação detalhada.
Mesmo isso sendo verdade, diretores do Sintero não gostaram nem um pouco, dizendo que poderia haver a insinuação de que estaria havendo roubalheira no sindicato. Na verdade, não foi dito nada disso. Os diretores simplesmente não explicam direito no que está sendo gasto os cerca de R$ 600 mil arrecadados mensalmente. Mas fica a correção. Não é caixa preta, e sim multicolorida, como o arco íris.
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