sexta-feira, 9 de março de 2012

Tendência


A definição do deputado Edson Martins (PMDB-Urupá) como relator da Comissão Parlamentar Processante (PPP) é sinal de que existe uma tendência pela cassação do mandato do deputado Valter Araújo (PTB-Porto Velho). O caso é que o relator é o líder do governo, e até as paredes da Assembleia Legislativa sabem que o governo deseja que Valter seja cassado.

Não queria
Ocorre que o próprio Edson Martins não queria ser o relator, mas acabou aceitando o cargo porque foi indicado por todos os integrantes da CPP. O primeiro a indicar o líder do governo foi o deputado Valdino Tucura (PRP-Cacoal). Edson relutou bastante, mas acabou aceitando a incumbência após insistência dos colegas.

Difícil
A situação do deputado Valter Araújo deve se complicar, porque três dos cinco integrantes da CPP querem distância dele. Lourival Amorim (PMN-Ariquemes) é claramente governista e Ribamar Araújo (PT-Porto Velho) contrariou decisão de seu partido e não votou em Valter na eleição que definiu a composição da mesa diretora da Assembleia Legislativa.

Prazo
Lourival Amorim, Ribamar Araújo e o relator Edson Martins tendem a se posicionar pela cassação de Valter Araújo, portanto. Apesar disso, o presidente afastado da Assembleia Legislativa conta com algum tempo de mandato. A CPP tem um prazo de 90 dias para apresentar um relatório, e isso pode ser prorrogado.

Escasso
O presidente da CPP é o deputado Eurípedes Lebrão (PTN-São Francisco). Ele já disse que três meses é pouco tempo para avaliar a pilha de documentos formada pelos 18 processos e ainda ouvir as gravações dos depoimentos prestados à Polícia Federal. Alguns envolvidos que não são deputados também podem ser ouvidos pela comissão.

Reuniões
Foi definido que a CPP se reunirá toda terça-feira, às 9 horas. O deputado Valdivino Tucura avisou que viajará por uma semana, mas disse que não gostaria de perder nenhuma atividade. A resposta que ouviu foi que as reuniões acontecerão independe de sua presença. Há deputados que desejam apresentar logo o relatório.

Bravo
Agora o sindicalista Manezinho do Sintero está falando grosso. Diz que os professores precisam de reajuste salarial e ataca o governo. Mas ele certamente está falando da situação dos outros, e não da elite do sindicato. Como se sabe, Manezinho, Claudir Mata e Nereu Klosinsky receberam em dinheiro a licença pecúnia e devem estar com os bolsos forrados.

Continua?
A greve do Sintero é considerada um fiasco, mas os diretores devem continuar insistindo na paralisação. Com isso conseguem desviar a atenção da decisão judicial que determinou a recontagem dos votos da última eleição, onde o grupo que manda no sindicato há 20 anos não aceitou a utilização de urnas eletrônicas e houve denúncia de fraude.

Complica
A situação no Sintero deve mesmo se complicar se a Justiça por acaso determinar uma devassa nas contas do sindicato. São muitas as denúncias de que ninguém sabe direito no que o dinheiro arrecadado é gasto. Pode ser por isso que teriam chegado a fraudar uma eleição. Uma auditoria externa seria uma medida excelente.

Mudanças no cenário
Juntamente com o mundo, a política dá muitas voltas. Em Vilhena, por exemplo, o clã Donadon era tido como imbatível até que sua liderança foi quebrada pelo prefeito Zé Rover (PP). É verdade que os Donadon ajudaram bastante. Marco, o deputado estadual, foi acusado de saquear os cofres da Assembleia quando era presidente. Natan, o deputado federal, é acusado de ter ajudado.
Com os Donadon cambaleando devido a condenações na Justiça e com o apoio do então governador Ivo Cassol (PP), Zé Rover conseguiu acabar com o mito de que o clã era imbatível em Vilhena. Ocorre que Rover acabou cometendo o mesmo pecado de muitos políticos. Deixou importantes aliados de lado e acabou isolado. Assim, teve que criar cargos comissionados para assegurar apoio.
Os Donadon continuam baqueados e agora pesa sobre a cabeça de Natan a possibilidade de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com Zé Rover enfraquecido politicamente, ganha corpo o deputado Luizinho Goebel (PV). Ele poderá entrar com força na disputa eleitoral deste ano, para tristeza de Rover e dos Donadon.

Atrás do toco
De uma hora para outra a Câmara de Vereadores decidiu se rebelar contra o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT). Os vereadores criaram coragem até mesmo para derrubar vetos do prefeito a projetos aprovados pela casa. Alguma coisa está acontecendo e a população não sabe. É estranho o pessoal da Câmara ter ficado corajoso de repente. Algumas almas podem estar querendo reza.

As críticas a Roberto Sobrinho começaram pela vereadora Mariana Carvalho (PSDB), na tribuna. Mas ela critica o prefeito de vez em quando mesmo. Ocorre que a voz dela ter encontrado eco e vereadores terem derrubado vetos, isso é estranho sim. Seria rebeldia? Sobrinho chegou a gritar no meio da rua com o presidente, Eduardo Rodrigues (PV), mais de uma vez, e ficou tudo por isso mesmo.

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